Alberto Oliveira

Ministro Barroso, que brincadeira foi essa?

O senhor deve uma explicação ao País


Ministro Barroso: "Está com som?"- Foto: Nelson Jr./STF

O ministro Luis Roberto Barroso, presidente do TSE-Tribunal Superior Eleitoral, aparece em um vídeo gravado nesta terça-feira (10 de agosto), caminhando ao lado de deputados.

E, de repente, deixa escapar a frase assustadora: "Eu brinquei com ele que eleição não se vence, se toma". 

Nesse momento, percebe a câmera gravando e faz a pergunta de quem foi apanhado dizendo o que não deveria: "Está com som?".

Estava, ministro, e todos ouvimos um ministro do Supremo Tribunal Federal, guardião da Carta Magna, considerar que tomar uma eleição em vez de vencê-la pelo voto democrático pode ser, de alguma forma, encarado como uma brincadeira.

Não, ministro. O País não achou graça e espera uma explicação. Porque isso é grave, ministro.

Ao jornal Folha de S. Paulo, o gabinete do ministro Barroso afirmou que, no vídeo, em conversa informal com deputados, ele repetiu, referindo-se a Roraima, frase que lhe foi dita por um parlamentar e que achou curiosa.

Curiosa, ministro? A frase atenta contra os pilares do estado democrático de direito e nem de brincadeira, ministro, pode ser dita, recebida ou repetida por um integrante do Supremo.

Por que, ministro, assim como atacar um membro do STF é atacar o Supremo em sua inteireza, como afirmou o ministro Fux, desconfiar de um ministro é colocar sob o manto da desconfiança toda a Suprema Corte.

Explique-se, ministro Barroso. Admita ter brincado com o que não deveria. E desculpe-se. A Nação, democraticamente, aguarda.

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Cumpra-se a Lei  Maior
Veja-se o que estabelece o artigo 2° da Constiuição: "São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário".

Portanto (não é preciso ser ministro do STF para saber isso), quem de alguma forma contribui para a desarmonia dos poderes violenta a Constituição.

Os representantes maiores do Executivo, Legislativo e Judiciário o que estão fazendo para manter a harmonia e, portanto, cumprir os ditames da Carta Magna?

Ou, ao contrário, estão exatamente promovendo a desarmonia?

Reflitamos.